sábado, 24 de dezembro de 2016

Sentimento natalino

As flores que ilustram a postagem foram
carinhosamente  cultivadas por Horaida Santos
Reis, irmã na fé, de São Francisco de Paula
“Fortalecei as mãos fracas, e firmai os joelhos trementes. Dizei aos turbados de coração: sede fortes, não temais; eis que o vosso Deus virá com vingança, com recompensa de Deus; ele virá, e vos salvará.” Isaías 35:3,4

Sentimento natalino

Eu nunca me dei muito bem com essas datas (Natal e Ano Novo), me bate uma nostalgia, tenho saudades do meu tempo de criança, lembro de uma ocasião que fizemos uma encenação na Igreja, em São Francisco de Paula, entrando vestidos de anjos enquanto os adultos cantavam "Nasce Jesus". Depois disso, sempre foi faltando alguma coisa ou alguém. E acaba batendo a tristeza. Além disso, o verdadeiro sentido do Natal parece tão abandonado. É festa, presentes, desperdício em nossas mesas. Enquanto isso, tanta gente passando necessidade, sem esperança. Mesmo assim, só me resta pedir a Deus que nos abençoe e que não percamos de vista o ensinamento de Jesus!

Na véspera do Natal de 2008, eu descrevi meu sentimento daquele momento (texto acima). Passada quase uma década, neste 24 de dezembro de 2016, o pensamento continua atual e, assim, resolvi partilhá-lo com os amigos.

E para uma boa reflexão, partilho, também, partes do Boletim Devocional “Crer é rezar... e rezar é servir”, de 21 de dezembro de 2008, do meu saudoso bispo Prado (*).

Boletim Devocional Semanal nº 350
Ano VIII - 21 de Dezembro de 2008 - Advento IV

Os Anjos, o Advento, o Natal e a Epifania

Nas leituras desta época do ano os Anjos do Senhor andam muito ocupados. Um deles visita Zacarias e diz que sua esposa teria uma criança. Outro aparece ainda à Maria, José, aos pastores e aos magos. Os anjos também apareceram a Moisés na sarça ardente; à Agar, a mãe de Ismael; e a Abraão quando preparava o sacrifício de seu filho Isaque. Jacó luta com anjo.
Uma experiência devocional séria talvez fosse convidar pessoas da sua congregação que tivessem algum relato semelhante de visitação. Aquilo que pode parecer uma “reunião” bem breve (com escassas experiências...), pode bem acabar por se tornar um bom ciclo de relatos de visitações. É possível que o “tema” pareça piegas ou do gênero da bobice “new age”. Mas a Fé Cristã, com maturidade e inteligência, acolhe a presença dos anjos não só nos relatos bíblicos do passado, mas na vida pessoal dos crentes em cada geração. Qual seria o seu relato da visitação de um anjo? O que teria feito com que o anjo o/a visitasse? O que foi que seu anjo disse? Estas são perguntas devocionais que vale aprofundar no tempo que já estamos vivendo, antes e depois do Natal do Senhor. Rezar é crucial para nós, o tempo todo. Mas o tempo do Advento é uma oportunidade muito especial para que se reúnam pequenos grupos (ou em família) para que se amadureça na busca de Deus.
O exercício devocional que referimos antes pode ser uma ocasião de crescimento e comunhão justamente agora quando nos preparamos esperando pela vinda do bem mais valioso! Se você entende que a intensidade do esforço ou a pequenez de sua fé são impedimentos, recorde que o Deus Altíssimo vem a nós como um nenê. Isto não é só surpreendente. É também perigoso! Os nenês, afinal são fracos, incapazes de se defender, necessitam de cuidados e, não devemos esquecer, não conseguem dizer muita coisa! O hino 20, Pequena Vila de Belém, composto pelo Revdo. Philip Brooks, mais tarde Bispo de Massachusetss, foi pela primeira vez cantado no Natal de 1868. A terceira estrofe nos ensina assim: “...sereno e sem alarme, vem Ele ao mundo assim, trazendo aos homens redenção, amor e paz sem fim.” Sereno e sem alarme!

Para Meditar e Rezar

“Há uma estrada, uma única, segura contra toda possibilidade de desvios. É a estrada provida por Aquele que é ao mesmo tempo Deus e homem. Como Deus, Ele é o alvo; como homem, Ele é o caminho.” Santo Agostinho, City of God, Penguim Books, 1972, página 431

“É em Jesus que vemos o ser humano tornar-se seu verdadeiro eu, no abrir mão do ego, algo que acontece quando o ser humano é possuído por Deus. O sentido do que significa ser humano aparece aí onde a divindade se cumpre, e a glória de um é a glória do outro. A expressão – Homem para os outros – é iluminadora, mas não é a história toda, pois Deus criou o ser humano não somente para os outros, mas também para Si.” Arc. Michael Ramsey, God, Christ and the World, SCM Press, 1969, pág. 100

“No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus...Tudo foi feito por meio dele e sem ele nada foi feito. O que foi feito nele era a vida e a vida era a luz dos homens; e a luz resplandece nas trevas, mas as trevas não a apreenderam.” Evangelho de São João 1.1-5

O Mistério do Dia


Através de Maria o segredo dos tempos se revela. Deus prometeu que da casa de Davi viria um rei para governar para sempre, em paz e retidão; agora, finalmente, Gabriel se aproxima de Maria com a grande notícia. Ela, ao lado de José, da casa de Davi, e por seu filho, deixam o mundo conhecer o Rei único e eterno. A resposta pronta de Maria nos ensina a como responder à visitação de Deus em nossas vidas.

(*) D. Luiz Osório Pires Prado foi bispo da IEAB - Igreja Episcopal Anglicana do Brasil

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Comprometimento com o chamado de Deus

Pequena reflexão que elaborei para esta quinta-feira, 22 de dezembro de 2016, dia em que a Igreja lembra Chico Mendes, testemunha profética (1988), publicada no Devocional Sementes, da Diocese Meridional da Igreja Episcopal do Brasil.

Isaías 29.13-24; Apocalipse 21.22-22.5 ; Lucas 1.39-48a(48b-56)

Entre as leituras recomendadas para hoje está a passagem de Isaías que fala do descontentamento de Deus com o culto vazio, com a glorificação apenas com os lábios, sem envolver o coração. E neste dia em que somos chamados a uma vida mais autêntica de submissão à vontade de Deus, lembramos o testemunho profético de Chico Mendes, seringueiro assassinado na Amazônia no dia 22 de dezembro de 1988. Era um homem comum, trabalhador, chefe de família, tinha filhos para criar. Mas a sua luta diária ia além da simples e digna busca pelo sustento do seu humilde lar. Ele levantava sua voz, destemidamente, em defesa do meio ambiente, pois sabia que aquela imensa floresta não estava ali apenas para garantir a sobrevivência de uns poucos seringueiros e suas famílias. E hoje, quando grande parte do País enfrenta sérios problemas com a falta de chuvas, começamos a nos dar conta do quanto estava certo Chico Mendes.
Reflitamos sobre nosso comprometimento com o chamado de Deus. Talvez Ele não deseje que sejamos mártires do ambientalismo, como Chico Mendes, mas Deus pode desejar que busquemos ir além da rotina das quatro paredes do templo.

“Os pobres voltarão a se alegrar com Javé, e os indigentes da terra ficarão felizes com o Santo de Israel.” (Isaías 29:19)

Oração: Em sua infinita misericórdia, ó Senhor, perdoa a nossa superficialidade e encoraja-nos a seguir os bons exemplos de dedicação perene em favor do Reino de teu Filho, nosso Senhor, Jesus Cristo. Amém!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Como Deus se comunica com você?

Pequena reflexão que elaborei para esta quarta-feira, 21 de dezembro de 2016, Dia do Apóstolo Tomé, publicada no Devocional Sementes, da Diocese Meridional da Igreja Episcopal do Brasil.

I Samuel 2:1-10; Gênesis 37:2-11; Mateus 1:1-17

Muitas vezes, nos impressionamos tanto com certos episódios bíblicos, que deixamos de perceber o que o texto quer nos dizer; nos prendemos mais no relato do que no sentido da mensagem ali contida.
A história de José, que foi vendido como escravo por seus próprios irmãos, mas acabou se dando muito bem no Egito, depois de interpretar os sonhos do faraó, é bem conhecida de todos que temos certa familiaridade com a Bíblia. O texto de Gênesis 37:2-11, recomendado para hoje, relata a simpatia do pai e a inveja dos irmãos por aquele moço que sonhava que seria importante.
Deus falava com José através dos sonhos. E com você, como Deus se comunica? Como você consegue interpretar a vontade de Deus em sua vida? Necessariamente, não é através de sonhos, nem via anjos, que Deus se manifesta e nos faz entender a sua vontade. E é fundamental que cada um de nós perceba qual é o chamado de Deus, caso contrário, viveremos como os irmãos de José, cheios de inveja e maldade em nossos corações. Releia a oração de Ana, em I Samuel 2:1-10, ela ajudará você a compreender o quanto é importante confiar em Deus e deixar que Ele guie os nossos passos.

“Ele guarda o passo de seus fiéis, enquanto os injustos perecem nas trevas, pois não é pela força que o homem triunfa.” (I Samuel 2:9)

Oração: Senhor, assim como José confiou em ti e superou todos os obstáculos, entre eles a inveja, a falsidade, a mentira, dá-nos coragem e discernimento para desempenharmos a nossa função, por amor de Jesus. Amém!

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Deus é quem pesa as ações

Pequena reflexão que elaborei para esta terça-feira, 20 de dezembro de 2016, publicada no Devocional Sementes, da Diocese Meridional da Igreja Episcopal do Brasil.

I Samuel 2:1-10; Gênesis 21:1-21; Gálatas 4:21-5:1

O cântico de Ana, no segundo capítulo de I Samuel, é uma oração de gratidão e reconhecimento à grandiosidade e ao poder de Deus. Num tempo em que as mulheres eram tidas como inferiores e com a função específica de procriar, imagine como devia ser difícil a vida para aquelas que não podiam ter filhos. Ana colocou-se diante de Deus e sua súplica foi ouvida e ela deu à luz Samuel, personagem importante do Antigo Testamento.
Em Gênesis 21:1-21, nos deparamos com uma situação parecida com a de Ana, em que Deus abençoa Sara, já na velhice, com a maternidade. Aqui, dois pontos servem para uma boa reflexão. Primeiro: Deus cumpre o que promete. Segundo: nem sempre confiamos plenamente na sua promessa. Assim como Sara, muitas vezes nós duvidamos e até rimos das coisas que Deus é capaz de realizar em nossas vidas.
Deus sabe o que precisamos e, como Ana disse em sua oração, é ele quem pesa as ações. Portanto, não sejamos arrogantes em nossas súplicas, nem no nosso agir, mesmo que tal comportamento pareça estranho aos olhos do mundo.

“Não multipliquem palavras soberbas, nem saia arrogância da boca de vocês, porque Javé é um Deus que sabe, é ele quem pesa as ações.” (I Samuel 2:3)

Oração: Deus amado, não leve em conta nossa pouca fé, e ajuda-nos a viver conforme o teu querer, por teu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém!