sábado, 13 de outubro de 2007

Dia do Professor - ainda há o que comemorar?

Comemora-se nesta segunda-feira, o Dia do Professor. Acho até que ficaria melhor dizermos que, anos atrás, comemorava-se no 15 de outubro, o Dia do Professor. Os tempos são muito difíceis para esta categoria, não apenas pelas questões salariais, mas, principalmente, pelo comportamento da sociedade e a conseqüente falta de respeito, de pais e alunos.
Lembro-me que na minha infância (E não faz tanto tempo assim!) havia algumas profissões que eram muito respeitadas, e entre elas estava o professor, a professora. Infelizmente, os tempos mudaram e hoje já não se dá o devido valor àqueles que se dedicam à educação.
Quando eu fui alfabetizado, a professora era vista por mim, e também pelos meus pais, como uma autoridade. Os pais até poderiam questionar alguma decisão da professora; as crianças, jamais. Podia até ocorrer alguns exageros, mas no somatório dos resultados, essa autoridade era sempre positiva.
Aliás, a função do professor era bem diferente da que eles desempenham atualmente. A educação começava em casa. As crianças sabiam que deviam respeitar os mais velhos, sabiam que as brincadeiras com os colegas tinham horários e limites. Haviam regras a serem seguidas. O professor passava novos conhecimentos e auxiliava na correção de alguns problemas na educação das crianças. Até entendo que o termo mais adequado para o professor era mestre e não educador. Educar era tarefa do pai, da mãe.
Hoje, com as mudanças que a sociedade sofreu, onde os adultos saem cedo de casa para o trabalho e não têm tempo para as crianças, na maioria dos casos, os pais estão mais preocupados em ter alguém que tome conta de seus filhos do que com a formação que eles terão. Ao invés de buscar um mestre, querem uma babá.
Como a estrutura que o Estado (a sociedade) oferece ao professor deixa muito a desejar, obviamente, este já não consegue instruir, muito menos educar. Como conseqüência temos, cada vez mais, crianças que não têm limites, que não respeitam nada. E o que é pior, professores desanimados, pensando em buscar outra atividade profissional.
O que no passado era um sonho (ser professor), hoje, em muitos casos, é um pesadelo. Infelizmente, por culpa de todos nós, e não destes profissionais, a alegria do professor está no feriado (Por não precisar ir à escola) e não na comemoração pelo seu dia.Conseguiremos mudar essa situação? Eu não sei! Mas tenho certeza que, sob pena de vivermos dias ainda piores, precisamos lutar pela dignidade e pelo respeito aos professores!

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